Eu gostaria de compartilhar dois grupos (Enspiral e Guerrilla Media Collective) que eu considero que estão trazendo grandes ensinamentos sobre como pode ser o trabalho do futuro. São dois protótipos de meios de produção inovadores e transformadores que já estão em funcionamento e propondo uma nova relação de trabalho. Eu agradeço ao criptoartista Sparrow por ter me apresentado esses grupos no ano passado em valiosas conversas.
Eu acredito que os artistas só terão mais liberdade e autonomia quando a plataforma (o meio de produção) que eles trabalharem ser dos próprios artistas (trabalhadores). Os meios de produção têm que ser propriedade coletiva dos trabalhadores. Os frutos do trabalho têm que ser repartidos de forma justa e não concentrados nas mãos de poucas pessoas. As relações burguesas de produção já estão obsoletas quando se trata de um contexto de descentralização. Se não existir descentralização do poder e do dinheiro, não existe descentralização. Existirá apenas uma mentira. A consciência humana está chegando em um momento de perceber que qualquer tipo de dominação (centralização) é maléfico para o coletivo e, portanto, será cada vez mais inaceitável.
Em relação às plataformas atuais de tokenização de arte, na minha opinião, o que observamos são empresas centralizadas que apenas utilizam tecnologia descentralizada. O que são essas plataformas de tokenização de arte? O patrão atualizado? O patrão 3.0? O patrão da quarta revolução industrial? Eu acredito que a criptoarte não pode ser apenas um movimento e um método que vai permitir ao artista vender mais facilmente as suas artes. A criptoarte pode ser muito mais do que vendas, a criptoarte pode ser um novo modelo de indústria cultural e contribuir com uma sociedade melhor.
O intermediário ainda não foi embora. Nada mudou estruturalmente. O patrão é uma espécie de intermediário (e de trader) que compra a força de trabalho do trabalhador por um preço mais baixo e vende por um preço mais alto nas exchanges da exploração. Eu acredito que podemos fazer diferente. Com certeza surgirá, em um futuro breve, plataformas dos próprios artistas, com governança distribuída (o patrão distribuído), visibilidade descentralizada e divisão justa do dinheiro (caso a plataforma gere lucro). Por isso, eu digo novamente: sem descentralização do poder e do dinheiro, não existe descentralização.
Sendo bastante sonhador, eu também acho que, se essas ideias de empresas (cooperativas) sem patrão se espalharem pelo mundo, veremos o surgimento de um novo modo de produção de bens e serviços e, possivelmente, um novo modo de vida social, político, econômico, filosófico e até espiritual. Não poderemos chamar esse novo modo de produção de capitalismo. Será uma outra coisa. Se essa mudança realmente ocorrer, a sociedade irá ver uma revolução e não apenas uma disrupção. Os meios de produção são o coração do capitalismo. Se nós mudarmos a essência e o funcionamento das relações de produção e dos meios de produção atuais, nós mudaremos o sistema vigente.
O pensamento hacker, as técnicas de expansão de consciência, o uso da inteligência coletiva (Pierre Lévy), o cooperativismo, as redes colaborativas, as ações pacíficas revolucionárias (que causam mudanças radicais sem o uso da violência), a internet, a tecnologia blockchain, as criptomoedas e os contratos inteligentes terão um papel importante na construção desse novo mundo. Talvez seja a grande possibilidade de realmente vermos a construção de uma arquitetura de produção descentralizada (impossível de ser centralizada) que vai permitir a tão utópica descentralização (divisão) do dinheiro.
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