Esse texto é uma mensagem que eu enviei no grupo CRYPTOARTISTS (Telegram - no dia 23/07/2019) em uma conversa com outr@s criptoartistas.
Há um tempo atrás, eu fiz uma pesquisa sobre as taxas em algumas das diversas plataformas de tokenização e de comercialização de colecionáveis digitais e fiquei um pouco feliz e um pouco intrigado. O que eu vi: 0% (Portion), 0% (Rare Bits), 2,5% (OpenSea), 4% (PepeDapp), 15% (MakersPlace), 18% (R.A.R.E ART). Em tempos de blockchain, a existência de intermediários cobrando 18%, 20% do artista em plataformas digitais de arte talvez seja um fato importante para nós pensarmos e discutirmos. Sabemos que esses intermediários digitais possuem um gasto menor com a prestação do serviço, já que são os computadores que realizam a maior parte do trabalho. Em minha visão, sem uma análise de mercado mais detalhada (quem tiver essa análise, por favor, contribua com a discussão), talvez um preço justo seria de no máximo 10%. É claro que temos que avaliar também o quanto a plataforma realmente ajuda o artista a ter visibilidade e a vender os seus trabalhos. Se a plataforma realmente dá um bom suporte ao artista, talvez (talvez) uma comissão maior tenha justificativa. É um argumento para se pensar. Bem, essas são algumas reflexões minhas que eu gostaria de compartilhar com o grupo. Eu respeito a liberdade e a decisão de cada artista de escolher o que é melhor para si. Eu não estou julgando ninguém e nem quero ser o dono da verdade, eu só quero gerar reflexões e aprendizados.
Nesse novo mundo que está surgindo, acredito que devemos fazer algumas perguntas. Qual é o real papel dessas plataformas para os artistas? Quais são as moedas de troca valiosas que essas plataformas podem dar para os artistas? Por outro lado, quais são as moedas de troca valiosas que os artistas podem dar para essas plataformas? Eu vejo que as plataformas de tokenização de arte e de venda de colecionáveis digitais dão principalmente duas moedas para os artistas: 1) a infraestrutura para tokenizar suas artes; 2) visibilidade.
Eu acredito que não temos que odiar os intermediários. O ódio é horrível e não contribui muito com a melhoria do mundo. Eu acredito que as novas plataformas de arte têm que criar uma nova filosofia e uma nova forma de lidar com os artistas em relação ao tratamento que era dado antes do surgimento da blockchain. Sem querer ser prepotente, mas apenas realista: o mundo mudou e agora os novos artistas possuem voz, poder de decisão e alternativas para não depender de um intermediário para criar, divulgar e vender os seus trabalhos.
Pensando em um caminho com mais autonomia artística e trabalho em conjunto, a infraestrutura para tokenizar suas artes de forma gratuita o artista já possui. Temos algumas plataformas que possibilitam isso. Vou citar duas baseadas na blockchain do Ethereum. Um exemplo é a plataforma ALF. Uma iniciativa de criptoartistas e programadores independentes que possibilita a criação de tokens de forma gratuita (pagando apenas o gás). Outra opção é a plataforma que eu estou usando atualmente: Codex. Uma plataforma que possibilita a criação de uma galeria digital para o artista e a criação de tokens de forma gratuita (só paga o gás). Além do mais, o Codex contribui para dar visibilidade aos artistas da plataforma, divulgando suas ideias e trabalhos. Se o Codex continuar assim, em minha opinião, será uma plataforma digna de respeito e com certeza eu irei contribuir (com várias moedas) para o seu crescimento. Se no meio do caminho, o Codex mudar essa sua filosofia, eu irei agradecer toda a ajuda prestada até então e trilharei novos caminhos que eu considero mais justos e colaborativos. Em relação à plataforma ALF, é uma plataforma que eu também tenho apreço. Eu quero ajudá-la e quero utilizá-la para a tokenização de algumas artes minhas, pois eu acredito que o trabalho colaborativo em grupo, a ajuda mútua, a autonomia e a divisão justa de tarefas são princípios importantes e que têm que ser valorizados e incentivados nessa nova conformação artística que está surgindo. Além dessas duas plataformas citadas, eu vejo que plataformas como a Creary, PUBLIQ e Steemit também contribuem bastante para a autonomia e visibilidade dos artistas.
Para finalizar, é um fato, em relação à arte digital e à arte física (também), que nós já temos (de forma gratuita) a infraestrutura para a tokenização de nossas artes. Agora, eu percebo que o nosso foco principal deva ser resolver o problema da visibilidade seletiva. O que sempre vimos na área da arte e da cultura foi: mais visibilidade para quem já tem muita visibilidade; uma visibilidade exagerada para o artista famoso em comparação com os artistas sem fama. Há uma seletividade e centralização no poder de visibilidade. Dessa maneira, foi criado um sistema desigual que não favorece e estimula o surgimento de novos artistas criativos que também poderiam ter a arte como trabalho. Uma das discussões e das ações que ocorreram nos últimos tempos no grupo GAC (um grupo de criptoartistas independentes) teve como foco criar um sistema de visibilidade democrática para os artistas através de ações coordenadas em conjunto. Com a internet, blockchain, trabalho em conjunto, inteligência, criatividade e vibrando no princípio da ajuda mútua, nós artistas temos a possibilidade de criar os nossos próprios canais de comunicação em diversos formatos e linguagens e não ficarmos mais tão dependentes da mídia tradicional para conseguir visibilidade. A nossa mente é tão bela, rica, abundante, criativa, valiosa... A nossa mente pode nos levar a lugares incríveis!
Mídias Sociais - NINO ARTEIRO
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